Sistemas de tratamentos da água

Sistemas de tratamentos da água

A definição do esgoto sanitário segundo definição a NBR 9648 (ABNT, 1986) é: “despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária”. Enquanto isso existindo também outras sub-definições destinadas aos diferentes tipos de esgotos sanitários, estas sendo as seguintes:

  • Esgoto doméstico é o “despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas”;
  • Esgoto industrial é o “despejo líquido resultante dos processos industriais, respeitados os padrões de lançamento estabelecidos”.

Dentre as acima mencionadas a definição pertinente ao relatório apresentado é a de esgoto industrial, este gerado pelo Terminal de Contêineres da Santos Brasil Participações. Apesar dos parâmetros acima serem eficazes quanto à determinação dos efluentes gerados, outras considerações podem ser feitas. Uma vez que os principais componentes dos efluentes são sempre determinados de acordo com as atividades humanas envolvidas, desde: vasos sanitários, chuveiros, pias, mictórios, bidês, tanques, máquinas de lavar pratos e roupas e ralos para captação de águas de lavagens de áreas cobertas. Quanto à composição do efluente compõem-se de: sólidos orgânicos e inorgânicos, sólidos suspensos e dissolvidos, e microrganismos. Portanto se evidencia a necessidade do tratamento para a prevenção da poluição decorrente de seu lançamento em corpo receptor ou rede de esgotamento.

O sistema de tratamento fora dimensionado para tratar de esgoto sanitário com características de esgotos domésticos. Para análise qualitativa são considerados através de características físicas, químicas ou biológicas do efluente, por meio de aferições com aparelhagem específica. O objetivo deste relatório é apresentar os procedimentos operacionais da estação, ocorridas no período de 01/09/2020 a 301/09/2020. Incluindo-se também os controles e laudos referentes às análises que visam avaliar o desempenho de todo o processo, assim como a atualização de procedimentos operacionais. As análises de monitoramento detalhado do processo de tratamento de efluentes são realizadas semestralmente por laboratório credenciado e contratado pela SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S.A., com parâmetros estabelecidos na outorga de lançamento e contidos nos dispositivos legais abaixo:

  • Artigo 18 e 19 do Decreto-Lei 8.468/76;
  • Resolução CONAMA 430 de 13 de maio de 2011.
  1. Descrição do sistema de tratamento biológico

O tratamento é composto de três sistemas: Primário, Secundário e Terciário; onde cada um é responsável por uma etapa do tratamento do efluente, conforme dissertado a seguir.

2.1. Sistema Primário

Os recalques e elevatórias encaminham o efluente bruto para a caixa gradeada, onde o material mais grosseiro é retido, e uma vez ao dia os operadores responsáveis realizam o recolhimento desse material para acondicionamento em caçamba e posteriormente destinação adequada.

A seguir o efluente é conduzido do gradeamento para a caixa desarenadora, onde o objetivo é a remoção de materiais com a granulometria mais fina, visando evitar que tais materiais passem para as demais etapas do tratamento e causem danos aos equipamentos, e assim, garantindo o bom funcionamento do sistema UASB anaeróbio.

Após essa etapa o efluente menos grosseiro passa para a caixa elevatória onde o sistema de bombas revezadas lança o mesmo para o reator. Consiste em um tanque e duas bombas hidráulicas elétricas, que conferem pressão ao efluente para vencer a altura necessária para chegar ao sistema secundário.

2.2. Sistema Secundário

A partir de 24 de julho de 2014, a operação da nova ETE Biológica foi iniciada através do sistema UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket), ou seja, Manta Anaeróbia de Lodo de Fluxo Ascendente e dois filtros anaeróbios com meios de suporte, os quais formam a unidade de tratamento secundário de esgotos domésticos.

O RAFA (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente) é uma unidade pela qual o efluente é direcionado desde a parte superior para uma distribuição uniforme da base, subindo então da parte inferior para a superior. Isto promove tempo para que a digestão anaeróbia do efluente tenha processo. Os perfis dos sólidos no interior da estrutura variam entre os mais concentrados e com partículas granulometria elevada de alta capacidade de sedimentação (próximas ao fundo / leito do lodo), até um lodo mais disperso menos denso (manta de lodo).

A estabilização da matéria orgânica ocorre em todas as zonas de reação (leito e manta de lodo), sendo a mistura do sistema promovida pelo fluxo ascensional de líquido e das bolhas de gás decorrentes da atividade dos microorganismos digestores. Ao atingir determinado volume, o lodo é direcionado através da tubulação de fundo para os leitos de secagem, para ser desidratado e por fim descartado. 

Na parte superior do reator existe um separador trifásico e um defletor de gases, possibilitando a existência de três compartimentos: compartimento de digestão, compartimento de decantação e compartimento para separação da fase gasosa da fase líquida. O princípio fundamental do processo de tratamento do reator anaeróbio é a formação de uma biomassa com alta atividade microbiológica. Isso permite um alto rendimento nos processos de estabilização.

O efluente que sai do RAFA é transferido para a caixa divisora de vazão, cujo objetivo é distribuir o efluente igualmente entre os dois filtros anaeróbios, garantindo maior eficácia para o tratamento. Nos filtros o efluente em sua entrada pela parte inferior, ascendendo pelo fundo falso, transpassando o meio filtrante. Os filtros biológicos são constituídos de leitos de pedras britadas que servem de suporte de fixação de microorganismo anaeróbios. Após a filtração, o efluente sai pela lateral superior da unidade, através da calha vertedora. Já o lodo gerado na parte inferior dos dois filtros é transferido aos leitos de secagem, o qual é descartado quando estiver seco.

2.3. Sistema Terciário

O tratamento terciário consiste na aplicação de reagentes coagulantes e floculantes. Os regentes são preparados em soluções pelos operadores, e acondicionados nos tanques de dosagem, onde as bombas dosadoras os aplicam de acordo com os segmentos do sistema. Com os reagentes aplicados previamente ao Decantador Lamelar, o efluente inicia sua floculação e decantação. 

 O decantador é dotado de placas lamelares, com finalidade de reduzir a velocidade dos sólidos e flóculos, permitindo a sedimentação dos mesmos. Qualquer material grosseiro persistente e o material decantado, são removidos para os leitos de secagem para destinação posterior.

 O efluente segue para o Filtro Russo onde o sistema rápido e ascendente opera com filtração constante, o efluente clarificado passa pelos meios filtrantes de areia quartzo e carvão antracito.

Finalizando o processo químico, o efluente chega ao tanque de cloração com finalidade de promover a desinfecção do mesmo, eliminando patogênicos. A seguir sistemas de caixa de transferência, bombeamento e canalizações redirecionam o efluente tratado para os tanques de água de reuso.

Características complementares do efluente:

  • Atualmente, a ETE recebe os efluentes gerados por funcionários (próprios e terceirizados) que se distribuem em três turnos, durante sete dias por semana;
  • A elevatória da oficina recebe os efluentes gerados exclusivamente pelo seu próprio departamento, provenientes das pias, vestiários e dos banheiros;
  • A elevatória do TEV (Terminação de Exportação de Veículos) e a elevatória da Balança são responsáveis pelo recalque do maior volume de esgotos provenientes do prédio 1, prédio 2, elevatória do módulo 1, elevatória do módulo 2, elevatória do gate de saída e das descargas de caminhões limpa-fossa, os quais recolhem os efluentes das fossa sépticas, localizadas em pontos distintos.
  1. Caracterização qualitativa dos efluentes

No laboratório da estação de tratamento biológico são realizadas duas vezes ao dia, coletas e análises nos seguintes pontos: 

  • Efluente Bruto, recolhida na Caixa Desarenadora;
  •  Efluente Tratado, recolhida após Tanque de Cloração.

Em cada amostra são realizados ensaios de pH, temperatura, sólidos sedimentáveis e condutividade, durante o mês decorrente. Além dos ensaios realizados pelo laboratório da ETE, são realizadas análises de amostras coletadas pelo laboratório externo e independente Cascardi. Os resultados das análises compreendem todos os parâmetros necessários da outorga de lançamento de efluentes tratados, que constam no artigo 18 e 19A do Decreto-Lei 8468/76 e pela Resolução CONAMA 430 de 13 de maio de 2011, atendendo assim as necessidades ambientais.

  1. Introdução ao sistema físico-químico

O tratamento de efluentes industriais é dimensionado levando em consideração os parâmetros: físicos, químicos e biológicos, conforme as características dos poluentes a serem removidos e/ou as fontes geradoras do mesmo. Os processos químicos de tratabilidade utilizam reagentes para oxidação, redução, neutralização de pH, coagulação, floculação e desinfecção. Enquanto que os processos físicos removem os sólidos em suspensão, sólidos sedimentáveis e matéria orgânica em suspensão coloidal por meio da filtração. Outros processos como, por exemplo, a separação do óleo e da água, ocorre por meio da diferença de densidade e ação da gravidade.

O presente relatório tem por objetivo dissertar sobre os procedimentos operacionais na estação de tratamento, destacando os processos ocorridos no mês e apresentar os resultados analíticos da ETE físico-química da SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S.A., localizada na cidade do Guarujá – SP. Tais resultados foram obtidos no período de 01/09/2020 a 30/09/2020 e visam qualificar o desempenho de todo o processo de tratamento, assim como permitir possíveis atualizações aos dos procedimentos operacionais.

As análises de monitoramento do processo de tratamento de efluentes são realizadas mensalmente por laboratório credenciado e contratado pela SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S.A., com parâmetros estabelecidos na outorga de lançamento e contidos nos dispositivos legais abaixo:

  • Artigo 18 e 19 do Decreto-Lei 8.468/76;
  • Resolução CONAMA 430 de 13 de maio de 2011.
  1. Descrição do sistema físico-químico

Atualmente a Estação de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) recebe efluentes industriais gerados na área de manutenção, distribuídos em três turnos durante sete dias por semana.

O efluente bruto é gerado nos compartimentos de lavagem, localizados no interior da oficina / lavador. Nas rampas de lavagem ali presentes, o efluente é conduzido a um poço, local onde há bomba submersível que recebe o efluente gerado dos sistemas de contenção e o eleva para as caixas armazenadoras.

As oito caixas armazenadoras, também denominadas de Pulmão, têm capacidade de 1.300 litros cada, totalizando um volume de armazenagem de 10.400 litros. Através do pulmão é que há o repouso do efluente, garantindo controle do processo físico e a vazão do Separador de Água e Óleo.

O separador consiste em um tanque que recebe o efluente do pulmão, separando o óleo livre não emulsionado do efluente contaminado, removendo a fase oleosa em tubo de coleta, enquanto a fase líquida segue para o processo químico.

Os estágios de tratamento químico são compostos por quatro tanques:

  • Oxirredução de metais: responsável pela quebra das cadeias complexas de hidrocarbonetos, em cadeias carbônicas simples, após adição de solução de Hidróxido de Sódio à vazão constante; 
  • Coagulação: ocorre inversão do pH com aplicação de solução ácida de sulfato de alumínio. Mistura que incentiva a formação de coágulos e auxilia no processo físico de separação do óleo emulsionado presente na água, oxidado no processo anterior;
  • Neutralização: adição de hidróxido de cálcio é feita durante o processo de tratamento para acerto de pH. Além de neutralização o cálcio presente no efluente permite que a densidade dos coágulos e flocos aumente, favorecendo decantação;
  • Floculação: aqui a mistura dos reagentes procede com adição de polímero aniônico, provocando a união dos flocos, formando agregados maiores, acelerando a decantação.

A seguir retorna-se aos processos físicos, sendo estes:

  • Tanque Decantador: onde ocorre a decantação do lodo, dando passagem pelo nível mais alto à caixa de transferência, deixando para nível mais baixo ao filtro prensa;
  • Filtro Prensa: utilizado para compactar o lodo de forma a deixá-lo mais seco e menos denso, para melhor destinação;
  • Caixa de Transferência: etapa anterior ao filtro de areia, onde uma bomba direciona o efluente para o mesmo.
  • Filtro de Areia: utilizado para a filtragem do efluente tratado para maior qualidade de processo.

A unidade também é composta pelos tanques de preparo de solução, que abrigam as seguintes soluções químicas: hidróxido de sódio, ácido clorídrico, hidróxido de cálcio, sulfato de alumínio e polímero.

  1. Caracterização qualitativa dos efluentes

No laboratório da estação biológica, pois na estação físico-química não há laboratório, é onde o operador realiza as duas amostragens diárias para aferição dos parâmetros de qualidade operacionais: pH, temperatura e sólidos sedimentáveis. Tais amostras são feitas do: efluente bruto (captado antes do tanque de oxirredução) e do efluente tratado (captado após filtro de areia). Além disso, são feitas amostragens de pH em ininterruptas análises para acompanhar todo o processo in situ.

Além dos ensaios realizados pelo laboratório da ETE Biológica, são realizadas análises de amostras pelo laboratório externo e independente Cascardi. Os resultados das análises compreendem todos os parâmetros necessários da outorga de lançamento de efluentes tratados, que constam no artigo 18 e 19A do Decreto-Lei 8468/76 e pela Resolução CONAMA 430 de 13 de maio de 2011, atendendo assim as necessidades ambientais.

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